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Se a chegada da Geração Y causou um grande impacto nas empresas, o que os gestores – em especial, os de recursos humanos – podem esperar da Geração Z? Composta por pessoas nascidas na década de 90, esse grupo já se faz presente em diversas áreas das companhias e, até 2020, deve representar 20% da força de trabalho mundial.

Apelidados de nativos digitais, esses jovens não sabem o que é viver sem ter acesso à internet e lidam com a tecnologia de forma natural. Fatores como esses influenciam comportamentos, desejos e expectativas de rapazes e moças, inclusive em relação ao trabalho.

Os debates sobre Geração Z se mostram cada vez mais necessários, uma vez que é preciso diferenciá-la da Geração Y. Embora esses jovens compartilhem algumas características, diversas pesquisas mostram que as diferenças merecem atenção.

A seguir, confira um breve perfil da Geração Z e conheça os desafios do RH perante esse grupo.

Características da Geração Z

Por mais que os jovens da Geração Z passem muito tempo conectados à internet, isso não quer dizer que eles estão se distanciando da realidade. Um estudo feito pelo banco americano Goldman Sachs mostrou que essa turma tem uma visão menos idealista e mais pragmática do mundo em que vivem – e isso inclui o mercado de trabalho.

Em relação aos brasileiros da Geração Z, o levantamento ressalta que eles cresceram em um contexto de euforia econômica, mas se tornaram as maiores vítimas da crise atual, cujas marcas são o pessimismo, o desemprego, a ausência de confiança, dentre outras.

Para eles, a falta de oportunidades não é um problema futuro, afinal, muitos jovens estão sentindo o peso do desemprego no ambiente familiar, especialmente por conta da demissão dos chefes de família. Como consequência, a Geração Z passou a valorizar o dinheiro como nunca e está disposta a se sacrificar por ele.

Outro fato interessante sobre esse grupo é a capacidade de conviver com diversidades, especialmente as raciais e sexuais. Fora isso, ele valoriza a comunicação e a capacidade de se expressar. Está acostumado à exposição e é adepto dos selfies (autorretratos).

Os desafios do RH perante a Geração Z

A mentalidade do jovem que ingressa ou ingressará nas empresas está se alterando profundamente, gerando novos desafios para os gestores de RH. Com base em pesquisas e estudos sobre o assunto, listamos alguns pontos que merecem atenção:

Remuneração: Contrariando as prioridades da Geração Y, a Geração Z está mais apegada ao dinheiro. Embora seus integrantes ainda busquem sentido no trabalho, eles estão dispostos a sacrificar o tempo livre para ter uma remuneração melhor.

Estudos da consultoria Monster Worldwide revelaram que 58% dos jovens da Geração Z trabalhariam à noite e nos fins de semana em troca de salários maiores. E para a surpresa de muitos, o bom e velho plano de saúde está no topo da lista dos benefícios mais valorizados.

Comunicação: Individualistas, porém, comunicativos. Um mapeamento da consultoria Robert Half mostrou que 45% dos integrantes da Geração Z preferem trabalhar em salas individuais, ao invés de compartilhar espaços. Contudo, na hora de se comunicar durante o expediente, 74% valorizam uma conversa face a face. Nada de e-mails ou programas de mensagens instantâneas.

Conflito de gerações: Integrar essa força de trabalho com os profissionais mais velhos é uma missão importante para o RH. Isso porque 45% dos jovens da Geração Z acham que se relacionar com os Baby Boomers (nascidos entre os anos de 1945 a 1964) é algo desafiador, segundo a Robert Half.

Recrutamento e seleção: Empresas que desejam atrair candidatos da Geração Z devem pensar em novas maneiras de conduzir seus processos seletivos. Se esse grupo é conhecido por seu apego à internet, os espaços virtuais, como as redes sociais, devem ser ocupados pelos recrutadores.

Além de falar o idioma dessa turma, é importante utilizar novas e eficientes ferramentas de comunicação para atraí-los. Pesquisas mostram que 95% dos jovens acessam o Youtube pelo menos uma vez por semana.

Jovem, porém conservadora em relação ao dinheiro. Individualista, mas comunicativa. Diante de tantos paradoxos, resta uma pergunta: RH, você está preparado para lidar com a Geração Z?

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